O IMAGEM DE JESUS MISERICORDIOSO 
em Vilnius (Lituânia) 

Para Irmã Faustina, a tarefa imposta por Jesus Cristo era humanamente irrealizável, visto que ela não possuía as aptidões plásticas necessárias para isso.  Ela procurava ser obediente à vontade Divina e buscava a ajuda das coirmãs para pintar a imagem, mas sem resultado.

A insistência de Jesus Cristo para que ela realizasse essa tarefa, por um lado, e, por outro lado, a descrença dos confessores e dos superiores tornou-se para Irmã Faustina um grande sofrimento pessoal. Durante a sua estada em Plock (por mais de dois anos), e depois em Varsóvia, ela continuou preocupada com a exigência não realizada de Jesus, tanto mais que lhe fez sentir como nos planos Divinos era importante a tarefa que lhe estava confiando: 

“De repente vi o Senhor, que me disse: Fica sabendo que, se negligenciares a tarefa da pintura dessa imagem e de toda a obra da misericórdia, serás responsável por um grande número de almas no dia do julgamento” (Diário, 154). 

Após professar os votos perpétuos a Irmã Faustina foi transferida à casa religiosa em Vilnius (25 de maio de 1933), onde encontrou a ajuda que anteriormente lhe havia sido prometida − o confessor e diretor espiritual Pe. Sopoćko, que empreendeu a tentativa de concretizar as exigências de Jesus Cristo. 

O Padre Sopoćko deu a conhecer em parte ao pintor a missão da Irmã Faustina e fê-lo prometer guardar segredo. Esse apreciado e bem preparado pintor (Eugênio Kazimirowski), ao pintar a imagem de Jesus Misericordioso renunciou à sua própria concepção artística para honestamente recriar na tela o que lhe relatava a Irmã Faustina. Durante seis meses ela vinha ao ateliê do artista pelo menos uma vez por semana, a fim de lhe apontar complementações e as necessárias correções. Ela se esforçou por fazer com que a imagem de Jesus Misericordioso fosse exatamente igual à que lhe havia sido apresentada na visão. Pe. Sopoćko participou ativamente na pintura do quadro, ele pessoalmente tentou garantir que a figura do Senhor Jesus fosse reproduzida exatamente de acordo com As instruções da Irmã Faustina. 

 O período da pintura comum serviu de ocasião para uma interpretação mais profunda do conteúdo da imagem. As questões controvertidas eram decididas pelo próprio Jesus Cristo (Diário, 299; 326; 327; 344). Foi muito eloquente um diálogo de Irmã Faustina com Jesus Cristo a respeito do quadro pintado: 

“...quando fui à casa daquele pintor que estava pintando a imagem e vi que ela não era tão bela como é Jesus, fiquei muito triste com isso, mas escondi essa mágoa no fundo do meu coração. (…) A Madre Superiora ficou na cidade para resolver diversos assuntos, e eu voltei para casa sozinha. Imediatamente dirigi-me à capela e chorei muito. Eu disse ao Senhor: Quem vos pintará tão belo como sois? Então ouvi estas palavras: O valor da imagem não está na beleza da tinta nem na habilidade do pintor, mas na Minha graça” (Diário, 313).

Desse diálogo emana a sinceridade de uma pessoa agraciada com graça sobrenatural, que em suas vivências místicas - viu a verdadeira beleza do Salvador ressuscitado. 

O Senhor Jesus apareceu repetidamente para Irmã Faustina na forma que foi pintada na pintura. (Diário, 473; 500; 560; 657; 851; 1046), e também exigiu várias vezes que essa imagem que benzeu com a sua presença viva,  fosse acessível ao culto público. 

Graças aos empenhos do Pe. Sopoćko, a imagem do Salvador Misericordioso foi exposta na janela da galeria junto à capela de Nossa Senhora da Misericórdia em “Ostra Brama”, (Ausros Vartai) em Vilnius, e nos dias 26-28 de abril de 1935 pela primeira vez foi alvo de veneração pública, durante o solene encerramento do Jubileu dos 1900 anos da Redenção do Mundo. No último dia da solenidade, que era o primeiro domingo após a Páscoa, participou da celebração a Irmã Faustina, e o sermão sobre a Divina misericórdia foi pronunciado pelo Pe. Sopoćko, da forma como havia exigido Jesus Cristo.

“Durante três dias, essa imagem ficou exposta publicamente e recebeu a honra dos fiéis, pois estava exposta em “Ostra Brama”, na parte alta da janela e, por isso, podia ser vista de muito longe. Em “Ostra Brama” era comemorado solenemente, por esses três dias, o encerramento do Jubileu da Redenção do Mundo − os 1900 anos da Paixão do Salvador. Agora vejo que a obra da Redenção está ligada com a obra da misericórdia que o Senhor está exigindo” (Diário, 89). 

“Quando a imagem foi exposta, vi o braço de Jesus fazer um movimento e traçar um grande sinal da cruz. Nesse mesmo dia, (...) vi como essa imagem pairava sobre uma cidade, e essa cidade estava coberta de fios e de redes. À medida que Jesus ia passando, cortava todas essas redes...” (Diário, 416). 

“Quando estava em “Ostra Brama”, durante as solenidades em que a imagem foi exposta, assisti ao sermão, que foi pronunciado por meu confessor; o sermão tratava da misericórdia de Deus; era a primeira coisa que Jesus havia tanto tempo tinha exigido. Quando começou a falar sobre a grande misericórdia do Senhor, a imagem tornou-se viva e os raios penetravam no coração das pessoas ali reunidas, embora não na mesma medida; uns recebiam mais, outros menos. Uma grande alegria inundou minha alma ao ver a graça de Deus” (Diário, 417).

As solenidades de “Ostra Brama” (Ausros Vartai em Vilnius) foram para Irmã Faustina o sinal e o cumprimento das graças previamente anunciadas − a manifestação pública do poder da Divina misericórdia.

“Quando estava se encerrando a celebração e o sacerdote segurou o Santíssimo Sacramento para dar a bênção, então vi Jesus tal como está pintado na imagem. O Senhor deu a Sua bênção e os dois raios espalharam-se pelo mundo inteiro. Então, vi uma claridade impenetrável, sob a forma de uma casa de cristal, tecida de ondas de claridade inacessível a nenhuma criatura, nem espírito. A essa claridade conduziam três portas − e nesse momento Jesus, como aparece na imagem, entrou nessa claridade pela segunda porta − no interior da Unidade” (Diário, 420).

No dia 4 de abril de 1937, com a autorização do metropolita de Vilnius, o arcebispo Romualdo Jalbrzykowski, a imagem do Jesus Misericordiosíssimo Salvador foi benta e exposta na igreja de Santa Miguel em Vilnius, perto do altar-mor. Nesta igreja (até 1948), belamente exibida numa suntuosa moldura dourada, foi honrada e dotado de inúmeras oferendas votivas, ele exalou santidade, e a devoção à Divina misericórdia rapidamente se espalhou para fora dos limites de Vilnius. De forma admirável, apesar das possibilidades limitadas, atingiu milhões de pessoas no mundo. 

Em sua correspondência posterior com o Pe. Sopoćko, Irmã Faustina escreve:

“Deus me deu a conhecer que está satisfeito com o que já foi feito. Mergulhando na oração e na proximidade de Deus, senti em minha alma uma profunda paz quanto ao conjunto dessa obra. (...) E agora, no que diz respeito a essas imagens [pequenas cópias], (...) aos poucos as pessoas as vão comprando e muitas almas já alcançaram a graça Divina, que brotou dessa fonte. Como tudo, também esta obra vai progredir aos poucos. Esses santinhos não são tão bonitos como aquela imagem grande, mas são comprados por aqueles que se sentem atraídos pela graça Divina...” (Cracóvia, 21 de fevereiro de 1938). 

Em consequência das operações de guerra (1939-1945), a imagem de Jesus Misericordioso permaneceu na área da URSS e por algumas dezenas de anos tornou-se inacessível aos romeiros. Apesar de muitas ameaças (estava escondida no sótão, repetidamente enrolada em um rolo, armazenada em condições inadequadas, em umidade e no frio, ineptamente restaurada), através da milagrosa intervenção Divina, ele sobreviveu aos tempos do comunismo.




Por ocasião da sua peregrinação à Lituânia, no dia 5 de setembro de 1993, na igreja do Espírito Santo em Vilnius, diante da imagem de Jesus Misericordioso, rezou o Papa João Paulo II. Na sua alocução aos fiéis, chamou essa imagem de 

“A SAGRADA IMAGEM”.





Na história das aparições, é conhecido apenas um caso em que Jesus Cristo expressou o desejo de que fosse pintado um quadro com a Sua imagem e apresentou a sua configuração plástica. Após a pintura da imagem, por diversas vezes revelou a Irmã Faustina a Sua presença viva na forma como ela fora pintada na imagem. Além disso, pela promessa de conceder graças especiais aos devotos dessa imagem, conferiu-lhe um excepcional valor religioso.




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O texto integral do livro "​Jesus, eu confio em Vós. Amor e Misericórdia" (livro eletrónico gratuito)
www.jesus-misericordioso.com